Noite de sábado – 04 de fevereiro. A proposta era trazer ao público que lotou a Estância Alto da Serra, uma rara oportunidade de relembrar e resgatar o quanto é bom e prazeroso ouvir e se encantar com tudo que a boa música sertaneja pode oferecer. E assim aconteceu.
Chitãozinho e Xororó levaram o público ao delírio com suas canções inesquecíveis. Todos que estavam presente cantavam junto com a dupla. Um coro de muitas vozes expressava a paixão e a verdade que as músicas da dupla transmitem. “Evidências”, “Sinônimos”, “Planeta Azul” e outras tantas, fizeram os apaixonados por boa música extravasar todas as emoções. Um show atual e inovador, passeando com maestria por alguns estilos musicais (até hip hop), somente pode ser realizado por estes artistas completos. A identidade com o público, a troca de energia, o respeito, aliados à humildade de quem pode tê-la sem fazer esforço algum, resulta em um grande espetáculo. A emoção fica exposta. Impossível não continuar aplaudindo.
Na sequência, tomaram conta do palco os “Brutos”. João Carreiro e Capataz fizeram o som a viola ecoar por toda a Estância. O sistema bruto, rústico e sistemático, teve sua tradução em canções apaixonadas e com primorosos arranjos musicais. Um show para lá de animado e contagiante. O público respondia com o canto e com gestos de carinho todos os chamados da dupla. A agitação e a paixão pela boa música tornaram o público parte integrante do espetáculo. A voz encorpada e inconfundível de João Carreiro, completada com habilidade vocal de Capataz, não deixa nenhuma dúvida do reconhecimento do público: uma grande apresentação.
Assim foi a noite de sábado na Estância Alto da Serra, que nos indaga algo muito interessante: o que é contemporâneo e o que é de vanguarda? O que é atual e o que tradicional? A resposta salta de nosso íntimo: a Música Sertaneja de qualidade não tem idade ou tempo! O público que lotou a Estância na noite de ontem é a prova disso.
A tradição não é feita pelos artistas. É da Música Sertaneja. Se propor a realizar um trabalho de qualidade, sempre terá um eco positivo do público. Ser tradicional é sempre fazer o melhor e para o melhor. A permanência e a tradição de Chitãozinho e Xororó provam isso. O resgate da essência dessa tradição musical, feito com excelência por João Carreiro e Capataz, reafirma tudo isso.
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