“Nem sempre a idéia de se fazer um música com os assuntos do momento pode ser uma boa forma de se estabelecer musicalmente, pode funcionar uma vez, mas não quer dizer que vai funcionar sempre “
O sucesso da música sertaneja nos últimos tempos não é novidade para ninguém, diversos nomes da nova geração o intitulado “Sertanejo Universitário” foram se destacando ao longo dos últimos dois anos.
Quem não se recorda da explosão do fenômeno teen Luan Santana, depois foi à vez de Gusttavo Lima, Paula Fernandes e Michel Teló entre outros.
Em 2011, houve diversos episódios marcantes no mercado musical sertanejo. Houve uma explosão de regravações de músicas do Nordeste. De onde surgiram as músicas “Balada”, “Ai Se Eu Te Pego” entre outras.
Segundo opinião de alguns críticos do segmento, foi o pior ano da música sertaneja no quesito qualidade musical, inovação. Podemos notar uma certa maneira de “forçar” a aceitação de alguns “hits” que não emplacaram, porém na visão de alguns investidores eram grandes “explosões”, mas na verdade não eram apenas músicas que sofreram um novo arranjo, uma nova pegada e novos interpretes, ou pior ainda regravações das regravações.
Como se não bastasse toda essa salada musical, a qual fomos obrigados a ouvir e conviver, muitos artistas iniciantes resolvem reinventar a roda e agrupar as músicas em uma só. O que já era considerado “ruim” fica um pouco pior.
Alguns até acertaram a mão como no caso da junção de “Balada”, “Lê lê lê”, “Eu vou pegar você e tãe” e “Bará Berê”, porém é apenas mais uma forma de buscar um sucesso com prazo de validade.
“ E onde está a inovação? Onde estão os grandes compositores? Será que falta música boa no mercado ou os artistas estão preocupados em lançar apenas mais um “hit “do momento, do que consolidar sua carreira ?
O que diriam os grandes compositores da música sertaneja, ao ouvirem essa quantidade de novos “hits” com nomes cada vez mais apelativos ou até mesmo sem nenhum significado, tachados de “explosão sertaneja “, “novo estouro musical” ?
Cadê as canções que falavam de amor, de promessas, romances, da vida no sertão?
O mercado musical está tão comercial que a todo o momento são esquecidos os propósitos de se fazer uma boa música, com uma boa letra, sem contar os arranjos que cada vez mais estão parecidos.
O que a maioria dos artistas busca é uma forma enlouquecida de ganhar “fama” a todo custo e ser uma “explosão”, não importando se isso irá durar um momento, uma semana, um mês ou um ano.
Outro exemplo que podemos citar é as composições que foram feitas em cima do assunto “Luiza no Canadá”. A impressão é que alguns compositores/ cantores ficam esperando um “BOOM” na internet para poder pegar carona e ter os seus cinco minutos de fama. Mas e depois disso?
Acreditamos que todo bom compositor quer ser reconhecido e lembrado por uma música que passe alguma mensagem especial aos seus ouvintes e não pelo simples fato de ter sido gravado pelo artista do momento e que virou uma febre nacional por questões de marketing ou apelo da mídia.
Será que ainda podemos ter esperança, que novas músicas com qualidade serão compostas?
Um desafio aos grandes compositores resgatem suas composições e não deixem que “momentos” acabem manchando a imagem da música sertaneja.
Escrito por : Giseli Silva
Este texto também está disponivel na minha coluna " Mundo Sertanejo " no Portal Yoba : http://www.yoba.com.br/new/index.php?option=com_content&view=article&id=639:eu-componho-ele-grava-e-a-gente-explode-&catid=80:mundo-sertanejo&Itemid=62
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