Que o ser humano é resistente às mudanças, não é novidade pra ninguém. Torcemos o nariz para o que é novo e temos dificuldades para enxergar as novidades como oportunidades. Com a música sertaneja isso não é diferente. Quem não se lembra do preconceito com o “Sertanejo Universitário", por parte dos próprios sertanejos?
Analisando a história da música sertaneja, é possível notar que o gênero sofreu diversas mudanças ao longo dos anos e possivelmente passou por certa resistência por parte dos artistas, mídia e público.
A música caipira que era feita por Cornélio Pires em meados de 1910 é bem diferente do sertanejo que alcançou seu auge na década de 1990 com Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano...
Pegando como exemplo Chitãozinho e Xororó, eles passaram pela fase caipira, tiveram influência country e hoje cantam um sertanejo mais romântico.
Nos anos 2000 a música sertaneja teve novamente uma geração marcante com Edson e Hudson, Bruno e Marrone e Guilherme e Santiago. “Dormi na praça”, “Porta- Retrato” e “Chovendo Estrelas” são algumas das músicas que marcaram a época.
Em 2005, “com o disco “Palavras de Amor” a dupla Cesar Menotti e Fabiano abriu o caminho para os” Sertanejos Universitários “e o Brasil inteiro passou a conhecer a música “Leilão”.
A partir daí o mercado sertanejo começou a crescer com uma velocidade impressionante. Entre 2007 e 2008 a dupla Victor e Léo se consagrou com um estilo diferenciado e muito questionado. Duplas como João Neto e Frederico, Hugo Pena e Gabriel, João Bosco e Vinícius, Jorge e Mateus, Fernando e Sorocaba, Maria Cecília e Rodolfo caíram no gosto do público jovem e tiveram suas músicas entre as mais executadas nas rádios de todo o Brasil, não podemos nos esquecer do fenômeno Luan Santana e de sua constante evolução musical.
Isso provocou diversas reações negativas. Muitas pessoas surgiram na mídia chamando os artistas de oportunistas. Outros diziam que as músicas apresentavam nada de novo, apenas um ritmo mais acelerado, enfim, as críticas foram disparadas sem dó.
Mas o que fica evidente hoje é a consagração do gênero e o respeito conquistado, até mesmo por uma parte que no início dizia que não passava de uma “modinha” e teria vida curta.
Uma demonstração dessa força e de que esse paradigma está totalmente quebrado, é o projeto realizado em comemoração aos 40 anos de carreira da dupla Chitãozinho e Xororó, onde reuniu a " Nova Geração " e juntos cantaram grandes sucessos que marcaram épocas na história da música sertaneja.
O fato é que cada nova geração marca uma época, fortalece o gênero e mantem vivos os clássicos, que atravessam décadas.
Texto : Talita Galero
Colaboração : Giseli Trauzola
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